2016年8月16日星期二

Hungry Ghost Festival ou Festival do Fantasma Faminto na China

O ‘Hungry Ghost Festival’ (中元节, Zhong Yuán Jie) ou ‘Festival do Fantasma Faminto’ é realizado no 14° dia,  do sétimo mês lunar. Durante este mês, acredita-se o rei do inferno abre as portas para permitir que os fantasmas visitem o mundo dos vivos. É a única época do ano que os fantasmas são liberados para circular livremente da Terra (segundo a crença chinesa, né?) Os fantasmas famintos, também chamados de ‘bons irmãos’, acredita-se que são ancestrais de pessoas que não receberam um funeral ou enterro apropriado.

O termo em mandarim é  餓鬼 èguǐ, literalmente “fantasma faminto” – Hungry Ghosts em inglês.
“Os fantasmas famintos” tem origem no budismo e taoísmo chinês, e também estão na religião popular. O termo não deve ser confundido com o fantasma comum, que em mandarim é guǐ (ou seja, o espírito de um ancestral falecido). O entendimento é de que todas as pessoas tornam-se um fantasma quando morrem, mas èguǐ , são um caso muito especial: só existem os que morrem em circunstâncias extremas de acidente familiar (como se toda família morre junta) ou quando a família deixa de venerar seus ancestrais ou algumas outras lendas (que cito abaixo) envolvendo avareza, principalmente em relação aos alimentos.

Com o aumento da popularidade do budismo a idéia de que as almas que vivem no espaço até que a reencarnação tornou-se popular. Na tradição Taoísta acredita-se que os èguǐ (fantasmas famintos) podem surgir de pessoas cujas mortes foram violentas ou infeliz. Mas ambas as crenças acreditam que eles aparecem devido a negligência ou abandono dos antepassados​​.

 Há muitas histórias sobre a origem dos fantasmas famintos. Na tradição budista (que estão mais ligadas a avareza), há histórias de Chuan-chi po-yuan ching (início do século III). Alguns exemplos são:
· Um homem rico que viajou vendendo suco de cana-de-açúcar. Um dia um monge chegou à sua casa em busca de um pouco de suco para curar uma doença. O homem teve que sair, então ele instruiu sua esposa para dar ao monge a bebida em sua ausência. Em vez de fazer isso, ela secretamente urinou na bacia do monge, acrescentou somente um pouco de suco de cana-de-açúcar e deu para o monge. Mas o monge percebeu o truque, derramou o líquido no chão e saiu. Quando a mulher morreu, ela renasceu como um fantasma faminto. :-O
· Um homem de boa índole, estava prestes a sair de casa quando um monge veio mendigar. Ele pediu a sua esposa para dar o monge um pouco de comida. Mas sua esposa foi superada pela ganância e trancou a monge em um quarto vazio durante todo o dia, sem comida. Ela renasceu como um fantasma faminto por tempos de vida inumeráveis​​.

Como pudemos ver, na maioria das vezes as lendas falam de fantasmas famintos que em vida eram mulheres gananciosas. Mas acho que isso tem alguma coisa haver com mulheres más e homens bons, mulher sendo a perdição…(devaneios meus… só isso!).
Outras histórias da tradição budista vêm de Kuei wen mu-lien ching. Uma delas fala de um homem que era ‘adivinho’ e constantemente enganava as pessoas devido à sua própria avareza e é agora um fantasma faminto.

Há uma outra história em que Mu-lien entrando na cidade deparou com quinhentos èguǐ. Eles eram filhos de anciãos da cidade em que viviam. Quando os monges vieram para a cidade pedir alimentos, os filhos dos anciões negaram, porque achavam que os monges iriam se acostumar a isso e acabar com os alimentos disponiveis no povoado. Como vocês já podem prever, depois da morte deles, voltaram a terra como fantasmas famintos.

Celebrações e práticas
Esse festival é comemorado durante o sétimo mês do calendário chinês. Segundo a tradição, durante este mês, as portas do inferno se abrem e os fantasmas famintos são livres para vagar pela terra onde buscam alimentos e entretenimento. Eles têm pescoços longos e finos, porque eles não foram alimentados por suas famílias. Segundo a tradição, as famílias devem oferecer orações para seus parentes falecidos e queimar “dinheiro do inferno” (notas falsas, impressas em papel comum, claro…). Acredita-se que “o dinheiro do inferno” é uma moeda válida no submundo e ajuda os fantasmas a viver confortavelmente na vida após a morte.
Também se pode prestar homenagem a outros ‘fantasmas errantes’ desconhecidos, para que estas almas não interfiram em suas vidas e nem tragam infelicidade.
A grande festa é realizada para os fantasmas do 14 º dia do sétimo mês lunar (em 2014 – 09 de agosto), onde as pessoas levam pequenas porções de alimentos como oferta para agradar os fantasmas e afastar a má sorte.

Shows ao vivo também são apresentados e todos estão convidados a participar. A primeira fila de assentos é sempre vazia, pois é onde os fantasmas devem sentar-se para melhor desfrutar do entretenimento ao vivo. Os shows são sempre realizados à noite, com muita música, de modo que o som atraia e agrade os fantasmas.
Quinze dias após a festa, para se certificar de todos os fantasmas famintos encontraram seu caminho de volta para o inferno, as pessoas flutuam lanternas na água e também colocam lanternas penduradas do lado de fora das suas casas.

Como sempre digo, esse povo dá de 1000 X 0 em nós brasileiros, em se tratando de surperstições! E é sempre interessante entender um pouco mais sobre a cultura local.
Além desse festival, o sétimo mês do calendário lunar (dependendo do ano pode ser agosto ou setembro) também é considerado o mês dos Fantasmas. E no Brasil dizem que agosto é o mês do ‘cachorro louco’, não é? Vai saber…rs
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